O impermanente


mudamos.
todo o tempo.
o tempo todo.

Heráclito: “nada existe permanente, a não ser a mudança”

a vida é cíclica e dentro desta roda nascemos, transformamo-nos, transmutamos, crescemos, paramos e morremos.

um ano de pandemia e o universo a nos dizer: “vocês estão sob o controle do invisível”.

algo muito parecido com a noção de Deus, pela visão de algumas religiões.

sou caxias, mal saio de casa. não penso no vírus em mim, mas naqueles que eu amo. seria imperdoável.

tempo bom para refletir, me olhar profundamente, mesmo sem desejar. 

por um lado a guerreira que vai à luta destemida, por outro lado a menininha indefesa.

libra. meu signo. balança.

(uma crença que eu gosto de carregar. mapa alto astral)

busca do equilíbrio constante. árdua tarefa.

e como aceitar a mudança? pergunta a yogini aqui; a que busca não se apegar e nem ter aversões. 

como aceitar os fins dos ciclos da vida cíclica?

morre-nasce. nasce-morre.

e nem falo de vida-morte. falo do trivial.

mas sou como o joão-bobo que quase toca o chão e volta para a vertical, mesmo que seja pra quase cair de novo.

e assim sigo. seguimos. porque é assim para a maioria das pessoas neste país desgovernado.

ontem peguei sol. hoje choveu.

no meu coração, costurado com fio de nylon, seguro mais esse tempo sem tempo.

e ele continua firme, acreditando, mesmo tendo a fragilidade de um cristal. isso eu não conto pra ninguém (não espalha).

seguro nesse peito a vontade de ver tudo, de conhecer tudo. nem Arjuna conseguiu tal proeza.

hoje foi chuva de granizo. as tempestades continuam dentro de mim.


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