Amor demais, pouco amor


Sempre amei demais.
Sempre achei que sentir demais era a chave para um bom relacionamento. Fácil deixar a carência falar no lugar do amor.
Amor preza a liberdade.
Liberdade mesmo, sem paranóias, sem joguinhos, sem mentiras.
Ainda não sei o que é.
Esse amor demais que eu sentia se mostrava sempre com uma angústia no peito, um pesar no semblante. E isso para mim era amar. Não existia amor sem ciúmes exagerado, palavras que não precisavam ser ditas, portas batendo, dias de silêncio.
Assim me ensinaram os livros de romance, as novelas na televisão, os casais referência.
Não fazia sentido sentir. Algo estava fora do lugar.
Quantas vezes eu enlouquecia de ciúme sem razão? E quantas me senti rejeitada sem que houvesse rejeição? E as comparações com as outras mulheres? Eram sempre mais bonitas e eles iriam preferir elas a mim. Querer ter controle sobre tudo, sobre todos.
Então, me ensinaram que se aprende a amar amando! É fazendo o amor que o amor cresce, ramifica. Vamos botar a cara na vida. Caio, levanto, sacudo a poeira, mas não deixo de trabalhar este amor. Primeiro em mim, depois no outro, nos outros.
Porque sou amor da cabeça aos pés.

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